Governo está proibido de adquirir processadores da Intel e da AMD para computadores de trabalho (Imagem: Nick Fewing/Unsplash)
Governo está proibido de adquirir processadores da Intel e da AMD para computadores de trabalho (Imagem: Nick Fewing/Unsplash)

A China iniciou nesta semana a fase final para interromper o uso de computadores e servidores equipados com CPUs AMD e Intel no país. A medida foi publicada no fim de 2023, sendo implementada gradualmente e agora órgãos do governo não podem mais comprar equipamentos com esses chips. Apenas instituições públicas a nível municipal poderão seguir comprando e usando PCs equipados com esses processadores.

Além de proibir a compra — e futuro uso — de hardwares da AMD e Intel, a medida do governo chinês também visa reduzir a dependência do sistema operacional Windows e outros programas ocidentais. Com essas restrições a produtos e serviços estrangeiros, a China focará em soluções feitas no próprio país. Essa proibição deve acelerar a evolução tecnológica de chips chineses.

A AMD e Intel agora se unem à Apple, que teve o uso de seus produtos proibido em órgãos governamentais. A decisão do governo chinês impede que iPhones sejam usados para atividades profissionais. Logo, um político ou funcionário público pode ter o aparelho para uso pessoal, mas não poderá utilizar o smartphone no trabalho.

Ano do pinguim no calendário chinês

Linux
O ano do Linux está chegando… Pelo menos na China (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

O governo chinês também quer parar de usar o Windows em PCs dos órgãos públicos. Com isso, a China está ampliando o uso de Linux em seus computadores e servidores. O país está usando criando suas próprias distribuições do Linux para usar em suas máquinas.

Enquanto todos os órgãos públicos não finalizam as compras dos produtos Made in China (no sentido mais puro da palavra), alguns funcionários seguirão usando os PCs com hardware proibido. O problema para os profissionais é aprender a utilizar um novo sistema operacional e novos programas de banco de dados.

Lin Qingyuan, analista da empresa alemã Bernstein, disse em entrevista ao Financial Times que a substituição desses equipamentos será mais rápida nos servidores. A meta é que todos os computadores sejam substituídos por hardware e software domésticos até 2027.

Existem 18 companhias autorizadas a vender CPUs na China. Essas empresas utilizam diferentes arquiteturas em seus chips, como x86, Arm e outras desenvolvidas no país. A Intel deve ser a companhia mais afetada, já que no ano passado as vendas no país representaram 27% do total da empresa em 2023 — contra 15% das vendas totais da AMD.

Com informações: Financial Times e TechSpot

China proíbe chips da AMD e Intel em máquinas do governo