Amazon faz promoções durante Semana do Consumidor
Amazon investiu US$ 4 bilhões na Anthropic e órgão britânico quer saber se isso foi aquisição (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A Amazon será oficialmente investigada no Reino Unido pelo investimento de US$ 4 bilhões (R$ 22,4 bilhões) na Anthropic, empresa de IA generativa criadora do LLM Claude. A Autoridade de Competição e Mercado do Reino Unido (CMA, sigla em inglês) divulgou nesta quinta-feira (8) a abertura da investigação sobre o caso. O órgão questiona se o investimento da Amazon equivale a uma aquisição da Anthropic.

A big tech fez o investimento na empresa de IA em setembro de 2023. Na época, o primeiro aporte foi de US$ 1,25 bilhões (R$ 7 bilhões), com o restante realizado nos meses seguintes. No anúncio do investimento, foi confirmado que a Amazon teria uma parte da Anthropic e que a empresa usaria a AWS para seus serviços.

Amazon se defende de acusação

A Amazon afirma que a sua fatia na Anthropic não equivale à parte majoritária da empresa de IA. Já a empresa de IA divulgou uma nota para o TechCrunch dizendo que a Anthropic segue como uma companhia independente e que a Amazon não integra o seu conselho.

Amazon abriu o caixa para realizar um grande investimento na Anthropic, mas a CMA quer entender se isso foi uma aquisição (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)
Amazon e Anthropic se defendem e afirmam não haver nada de erro no investimento bilionário e suas relações (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A CMA deve finalizar a investigação em outubro, quando encerra o prazo do processo. Como o próprio órgão explica, o tempo de investigação pode ser ampliado. Dias antes deste anúncio, o órgão abriu uma ação idêntica para entender melhor o investimento do Google na Anthropic.

A empresa de inteligência artificial é criadora do modelo de linguagem Claude, utilizado na sua IA generativa de mesmo nome. Recentemente, o chatbot Claude foi lançado no Brasil e em português. Já na terça-feira, a Anthropic contratou John Schulman, fundador da OpenAI.

CMA de olho em estratégia das big techs

Um ponto que chama a atenção da CMA nos últimos tempos é a contratação de funcionários das empresas que receberam o investimento. A estratégia é assim: uma empresa faz um grande investimento em uma companhia e meses depois contrata alguns dos empregados — desde diretores até as pessoas da parte mais técnica.

A CMA e outros órgãos reguladores (a FTC investiga os mesmos investimentos) não veem essa prática com bons olhos, já que pode se caracterizar como uma prática de antitruste e monopólio. Afinal, são companhias com alto poder financeiro investindo em empresas promissoras.

Com informações: Financial Times, The Verge e TechCrunch

Investimento da Amazon na Anthropic será investigado no Reino Unido